19 novembro 2017

Resenha: Creme Facial, da Trópica Botânica

Uma das surpresas mais positivas deste ano, para mim, foi conhecer a Trópica Botânica, uma marca brasileira e artesanal de cosméticos totalmente naturais, preparados com ingredientes orgânicos, de extrativismo sustentável e provenientes da ampla biodiversidade dos biomas tropicais e nativos. Sem testes em animais e sem ingredientes de origem animal, foi inaugurada em 2016 por um casal vegano, Ana N. Brunetti e Okauê Moretto, em Curitiba, Paraná.

Creme Facial, da Trópica Botânica
Clique na imagem para ampliar [Foto de Michelle C., Tantas Plantas]

Formada em História pela USP, Ana decidiu mudar de área quando começou a estudar shiatsu, aromaterapia e cosmética natural. Antes de descobrir os produtos naturais de higiene e cuidado corporal, quase tudo que ela usava na pele lhe causava algum problema cutâneo ou alguma disfunção no trato respiratório. Diagnosticada por dermatologistas com sensibilidade ao cloro (presente na água encanada), tinha reações muitas vezes insuportáveis ao lauril sulfato de sódio depois do banho, e por isso passou a produzir seus próprios sabonetes por saponificação a frio.

A Ana cuida das redes sociais e da comunicação da empresa, além de concretizar a logística de entrega e a produção — estas últimas junto ao Okauê, seu marido e companheiro de trabalho. Todas as formulações são desenvolvidas por ele, que estudou Engenharia Química na Unicamp, realizou estudos ambientais fora do Brasil e, mesmo gostando muito de pesquisar nesse ramo, pouco antes de se formar mudou seu foco para a Geografia, passando a se dedicar à agroecologia, e especificamente à agrofloresta.

A linha de produtos abrange itens para rosto, corpo, cabelo e barba. São evidentes os benefícios dos cosméticos, a alta qualidade dos insumos e o domínio técnico, a atenção aos detalhes, o profissionalismo, a gentileza e o empenho dos fundadores.

Cheguei à Trópica Botânica por indicação da Eliziane Pozzagnolo, idealizadora do projeto educacional Cosmetologia Orgânica, e da Cecília Queiroz, autora do blog Penteadeira Vegana (mais uma vez, muito obrigada, Eliziane e Cecília!). E há alguns meses encontrei uma menção à marca no blog Um Ano Sem Lixo, da Cristal Muniz, cujo trabalho acompanho e pelo qual tenho a maior admiração.

Um dos meus produtos favoritos da Trópica Botânica é o Creme Facial. Elaborado com manteiga de cupuaçu orgânico, manteiga de murumuru, manteiga de ucuúba e óleo de açaí, oriundos de extrativismo sustentável, proporciona umectação e nutrição profundas em peles secas, maduras ou danificadas pelo ambiente. E conta com uma sinergia floral que consiste de óleos essenciais com ação consagrada de regeneração, tonificação e proteção da pele, como patchouli e olíbano, além dos raros gerânio-rosa e petitgrain sur fleurs (destilado conjuntamente de folhas e flores de laranjeira) orgânico. Suas propriedades aromaterápicas estão associadas também à amorosidade e à calma.

Antes de comprar o Creme Facial, pude experimentar uma amostra dele — a empresa é uma das poucas adeptas nacionais da excelente prática de enviar amostras gratuitas dos produtos. Desde a primeira aplicação, fiquei impressionada com a textura extremamente macia, o aroma único e o efeito regenerador. Funciona melhor ainda quando utilizado logo após um tônico facial, um hidrolato ou uma água termal. E não percebi efeitos negativos no nariz, que é uma área com tendência à oleosidade na minha pele madura (estou com 41 anos).

A consistência é perfeita para massagens, como por exemplo as que eu deveria fazer com mais regularidade para combater os efeitos do bruxismo. Sem água e nem emulsionantes, o Creme Facial apresenta um alto rendimento. Mesmo usando-o regularmente no rosto, no pescoço e no colo, está durando muitos meses. Fiquei contente em verificar que o creme se manteve completamente uniforme tanto em dias frios quanto em dias muito quentes, aqui no Rio de Janeiro.

Anotei abaixo a composição completa (as traduções foram disponibilizadas pela própria marca). Não contém ingredientes sintéticos.
Theobroma grandiflorum (cupuaçu) seed butter*, Virola sebifera (ucuúba) seed butter**, Astrocaryum murumuru (murumuru) seed butter**, Euterpe oleracea (açai) fruit oil**, Pentaclethra macroloba (pracaxi) seed oil**, Linum usitatissimum (linhaça) seed oil*, Passiflora edulis (maracujá) seed oil*, Pelargonium graveolens (gerânio) oil, Boswellia serrata (olíbano) resin oil, Pogostemon cablin (patchouli) leaf oil, Lavandula angustifolia (lavanda) flower oil*, Citrus aurantium (petitgrain sur fleurs) leaf and flower oil*, Pelargonium graveolens var. roseum (gerânio-rosa) oil, Helianthus annuus (girassol) seed oil*, Rosmarinus officinalis (alecrim) leaf extract*.
* Cultivo orgânico.
** Extrativismo selvagem.
O creme possui uma tonalidade amarelinha, levemente puxada para o verde dependendo da luz. Fica num pote de vidro transparente, com rótulo branco, tampa prateada de metal e um pequeno lacre de papel adesivo. Acabei de adquirir um segundo pote, pois o que estou usando atualmente vai acabar em algum momento. Chegou há poucos dias, com o longo prazo de validade de março de 2019. A Trópica Botânica recomenda que o cosmético seja utilizado em até 6 meses após a sua abertura.

A empresa entrega em todo o Brasil, pelo correio, com frete grátis nas encomendas acima de R$300,00 — ótimo incentivo para organizar compras coletivas — e frete fixo de R$8,00 para os endereços de Curitiba. Os pedidos são enviados em caixas resistentes, junto com um pequeno guia de uso (um folhetinho com orientações impressas em papel reciclado). Dúvidas podem ser tiradas por email (contato@tropicabotanica.com.br). O Creme Facial está custando R$55,00 e vem com 25g. A bela loja virtual é de fácil navegação.

Tenho apreciado muito também o blog da marca, muito informativo e bem-escrito, e as lindas fotos e atualizações publicadas no Instagram e no Facebook.

ATUALIZAÇÃO, 20/11/2017: O cupom TRPC1010% de desconto no site da Trópica Botânica. É de uso único, mas não precisa necessariamente ser utilizado na primeira compra.

ATUALIZAÇÃO, 02/08/2020: Em algum momento, o blog Um Ano Sem Lixo, passou a se chamar Uma Vida Sem Lixo.

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